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07 de fevereiro 2018

A crise hídrica afeta o setor de energia?

 

Entenda como o setor deve atuar em tempos de crise hídrica ocasionada por estiagem

crise-hidrica-afeta-conta-luz-A-GeradoraO Brasil é dependente dos seus recursos hídricos no que diz respeito à geração de energia. Quase 70% de toda a capacidade instalada no país tem origem de usinas hidroelétricas – são mais 1,5 mil empreendimentos nesse sentido de acordo com o Governo Federal.
Por conta disso, você deve imaginar o quanto essa dependência impacta o setor energético quando o país – ou parte dele – atravessa algum período de estiagem. Para entender melhor essa relação entre água e energia elétrica, vamos compreender um pouco mais como a falta de chuvas pode resultar em contas de luz mais caras – e quais são as alternativas em relação a isso.

A falta de chuvas encarece as tarifas

Você deve se lembrar que em 2015 o Brasil enfrentou um longo período de falta de chuvas. O problema foi maior no estado de São Paulo. Em momentos como esses, todos os preços sobem, incluindo a conta de luz e até mesmo o valor da água engarrafada vendida no varejo.
Para tornar mais clara a importância da boa gestão dos recursos hídricos para o consumidor, as operadoras de energia elétrica adotaram o sistema de bandeiras, que está descrito em sua conta de luz. Dependendo das condições climáticas, o valor da tarifa básica sobe, consequência da necessidade de ligamento de usinas térmicas. As bandeiras tarifárias são as seguintes:

  • Bandeira Verde: condições favoráveis de geração de energia, sinal de que os reservatórios estão cheios. Como consequência, a tarifa básica não sobe.
  • Bandeira Amarela: condições menos favoráveis de geração de energia, sinal de que os reservatórios estão em nível de alerta. Nesse caso, a tarifa sobe mais R$ 2,50 a cada 100 kWh consumidos.
  • Bandeira Vermelha: condições desfavoráveis de geração de energia, sinal que os reservatórios estão abaixo do nível necessário. Nesse caso, a tarifa de energia sobe mais R$ 5,50 a cada 100 kWh.

Com estiagem os preços sobem

Como você pôde perceber, os períodos mais longos de estiagem impactam diretamente no valor da conta de luz. Nesse caso, tanto os consumidores médios quanto as empresas sentem o impacto diretamente. Em alguns casos, mesmo uma eventual economia no consumo – o que é altamente recomendado – pode não ser suficiente para evitar que a conta chegue mais alta.
Uma conta de luz mais cara significa inflação maior e produtos mais caros para o consumidor final. O valor da conta de luz não é determinante, mas influencia o chamado IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Se a inflação for de 8%, por exemplo, podemos afirmar que 0,25% desse percentual se deve à estiagem.

O que acontece quando a água fica mais cara?

Infelizmente, em muitos momentos não há como se ter controle sobre o fato de que simplesmente teremos que aguardar 30 dias ou mais até que chova novamente e os reservatórios possam ficar cheios. As medidas paliativas adotadas pelo Governo Federal foram as de incentivar o racionamento como forma de minimizar o problema.
No entanto, para que não haja interrupções na geração de energia no Brasil e nos países vizinhos para os quais vendemos energia, a saída é recorrer às usinas termelétricas. Desde o final de 2012 essas instalações passaram a ser utilizadas com maior frequência sempre que um período de estiagem afeta as usinas hidrelétricas.
As usinas termelétricas utilizam o calor gerado pela queima de combustíveis para gerar energia. Trata-se de uma forma mais cara de geração de luz, uma vez que além dos combustíveis ela demanda também um alto consumo de água. Para se ter uma ideia, nos EUA as usinas termelétricas são responsáveis por metade do consumo de água do país.
Em outras palavras, em períodos de estiagem não há muito para onde correr. A melhor solução é mesmo buscar tanto a economia de água quanto também de energia elétrica, de todas as formas possíveis. O aumento no valor da tarifa-base, nesse caso, funciona como um “incentivo” para que todos se lembrem da importância do uso consciente e racional.

Busca por novas fontes de energia pode ser a solução

Especialistas do setor apontam que só existe um jeito de fazer com que problemas relacionados à estiagem deixem de afetar a geração de energia elétrica: a busca por novas fontes de energia renovável. Dois exemplos disso são a energia solar e a energia eólica, ambas ainda pouco exploradas no Brasil.
Para isso, o Governo Federal precisaria investir na construção de usinas do gênero, algo que poderia minimizar os problemas em caso de estiagem em médio e longo prazo. Apesar de existir essa possibilidade, esse não é um problema exclusivo do Brasil. Segundo a ONU, cerca de 90% da geração de energia elétrica do planeta depende de recursos hídricos

Empresas são as que mais devem buscar economia

Quando falamos da importância de economia de água e de energia elétrica, esse conselho se aplica a todos, sem exceção. No entanto, os impactos seriam maiores se as empresas priorizassem o uso consciente desses recursos, uma vez que elas são as maiores demandantes deles.
A economia de 5% em uma grande indústria, por exemplo, pode ter impactos positivos e bem significativos no montante da economia.
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